Jeté e o Universo me recebe
(Autora: Janaína Alves)
Atirada
aos ventos, no desvão
calço os meus pés
nos espaços todos
aos ventos, no desvão
calço os meus pés
nos espaços todos
Jeté
faço de olhos fechados
e me lanço no filtro do mundo
onde passa a água da Vida
faço de olhos fechados
e me lanço no filtro do mundo
onde passa a água da Vida
Grand Jeté
e bailo descalça
pelas águas que cobrem os quatro cantos da terra
sem holofotes, sem plateia,
e bailo descalça
pelas águas que cobrem os quatro cantos da terra
sem holofotes, sem plateia,
Mergulhada
nessa fonte-vida
danço molhada pelo palco:
nascente de mim!
É a ausência dos meus pés nessa sapatilha,
que torna essa dança bonita
aqui não há pés para sapatos
só para infinitos...
que torna essa dança bonita
aqui não há pés para sapatos
só para infinitos...
-------- Notas da autora --------
*Jeté: passo de balé, pulo que consiste em mover ou projetar um dos pés em qualquer direção, levantando o outro ao mesmo tempo e apoiando o corpo ora numa perna, ora noutra;
é do Francês e sua tradução literal para o Português é: Jogado!
é do Francês e sua tradução literal para o Português é: Jogado!
*nascente de mim (ou nascente em mim), surgiu no texto no sentido da nascente mesmo de águas, de rio, no sentido de libertar-se do percurso que foi proposto e saltar para o “filtro da água da vida”, da própria Vida e sentido de viver... livre!
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